
Gestor, o site da sua empresa está realmente em dia com as tecnologias e boas práticas mais atuais ou esse tema é mais obscuro do que claro a respeito do que pedir para a agência que cuida do seu endereço virtual?
Em muitos aspectos, a resposta para essa pergunta acaba sendo mais subjetiva do que objetiva. Muitas agências acabam prometendo sites com "SEO incluso", mas essa afirmação, por si só, pode ser vazia e não remeter a práticas modernas e eficazes da atualidade.
As práticas de SEO (Search Engine Optimization) evoluíram, e o que funcionava há alguns anos pode não ser mais suficiente. Os próprios motores de busca mudaram a forma como leem e classificam as páginas. Por isso, neste artigo, vamos explanar de forma simplificada alguns aspectos técnicos cruciais que seu site precisa ter para ser encontrado e indexado de forma eficiente por gigantes como Google e Bing. O foco é o alcance orgânico: a capacidade de atrair tráfego qualificado sem depender de impulsionamento e campanhas pagas.
O foco deste artigo é estratégico. Em vez de um manual de implementação, oferecemos um roteiro para que você, gestor ou empresário da construção civil, compreenda o propósito de cada fundamento técnico e, assim, possa auditar e exigir um trabalho de excelência de sua equipe ou agência digital que desenvolve seu website.
1. A Escolha do Domínio: Com ou Sem "www"?
O mais comum é que o site de uma empresa seja acessado por www.dominio.com.br. No entanto, é perfeitamente possível adotar a versão sem o www (dominio.com.br) como a principal. A questão crítica aqui é a padronização entre um dos dois.
Você deve escolher uma versão como a definitiva e garantir que a outra redirecione para ela. Se um usuário acessar o endereço secundário, ele deve ser levado automaticamente para o principal. Ter o mesmo conteúdo acessível em ambos os endereços pode fazer com que os motores de busca interpretem como páginas distintas, diluindo a autoridade e prejudicando seu ranqueamento.
O redirecionamento deve ser implementado com o código de status HTTP 301, que indica uma mudança permanente, transferindo toda a autoridade de SEO da URL antiga para a nova.
2. Uso do HTTPS e versão do TLS correta
A sigla HTTPS significa que a conexão entre o visitante e seu site é criptografada. Hoje, isso não é mais opcional. Os principais navegadores (Firefox, Chrome, Safari, Edge) classificam explicitamente sites sem HTTPS como "não seguros", o que gera uma desconfiança imediata no visitante e penaliza severamente sua marca e seu ranqueamento.
Essa criptografia acontece através de um processo chamado "aperto de mãos" (handshake), no qual o navegador do visitante e o servidor do site trocam chaves de segurança para criar um canal de comunicação protegido. O infográfico a seguir ilustra visualmente esse fluxo de etapas.
Quando um usuário acessa um link que não utiliza o protocolo HTTPS, os navegadores modernos exibem um aviso de segurança explícito na barra de endereço. Como você pode ver no exemplo abaixo, a página é classificada como "não segura", o que cria uma forte barreira de desconfiança e pode levar potenciais clientes a abandonarem seu site antes mesmo de interagirem com seu conteúdo.
Assim como no caso do "www", todo acesso via HTTP deve ser redirecionado permanentemente (status 301) para a versão segura HTTPS.
Além disso, a qualidade da criptografia é importante, não utilizando protocolos obsoletos. As versões mais antigas do protocolo de segurança (TLS 1.0 e 1.1) possuem vulnerabilidades conhecidas e não são mais consideradas adequadas. O padrão atual exige o uso das versões TLS 1.2 e TLS 1.3, que garantem uma conexão mais robusta e segura.
3. Metadados aos robôs: robots.txt e sitemap.xml
Os motores de busca navegam pelo seu site de forma similar a um visitante, clicando em links e processando o conteúdo em um navegador “emulado”. No entanto, para guiar e otimizar essa varredura, você precisa fornecer um conjunto de instruções claras através de dois arquivos fundamentais.
O porteiro: robots.txt
Este é o primeiro arquivo que um robô de busca procura ao chegar em seu domínio. Localizado na raiz do site, ele funciona como um porteiro, dando permissões sobre quais páginas ou seções podem ou não ser acessadas pelos diferentes tipos de robôs (como Googlebot, Bingbot, GPTbot etc.). Por exemplo, você pode usar este arquivo para bloquear o acesso a páginas administrativas, resultados de busca internos ou áreas de teste que não devem ser indexadas.
Veja um exemplo no robots.txt do portal UOL:
# robots.txt
#
User-agent: *
Sitemap: https://www.uol.com.br/carros/sitemap/v2/news-01.xml
Sitemap: https://www.uol.com.br/ecoa/sitemap/news-01.xml
Sitemap: https://www.uol.com.br/esporte/sitemap/v2/news-01.xml
Sitemap: https://www.uol.com.br/nossa/sitemap/news-01.xml
Sitemap: https://www.uol.com.br/splash/sitemap/news-01.xml
Sitemap: https://www.uol.com.br/tilt/sitemap/news-01.xml
Sitemap: https://www.uol.com.br/universa/sitemap/v2/news-01.xml
Sitemap: https://www.uol.com.br/vivabem/sitemap/v2/news-01.xml
Sitemap: https://www.uol.com.br/apostas/api/?resource-id=sitemap&source=apostas/v1/articles.xml
Sitemap: https://www.uol.com.br/apostas/api/?resource-id=sitemap&source=apostas/v1/authors.xml
Sitemap: https://www.uol.com.br/apostas/api/?resource-id=sitemap&source=apostas/v1/content.xml
Sitemap: https://www.uol.com.br/apostas/api/?resource-id=sitemap&source=apostas/v1/news.xml
Sitemap: https://c.jsuol.com.br/assets/jupiter-news/?resource-id=sitemap&source=toca/index.xml
Allow: /
Disallow: /carros/dev/
User-agent: GPTBot
Disallow: /
User-agent: Google-Extended
Disallow: /
Allow: /*.ghtm$
O mapa do tesouro: sitemap.xml
Enquanto o robots.txt diz onde não ir e também traz o caminho dos sitemaps, que é um padrão em formato XML e funciona como um mapa que aponta para todos os seus conteúdos. Ele lista todos os links importantes que você deseja que sejam indexados, facilitando a descoberta de novas páginas ou daquelas que são mais difíceis de encontrar através da navegação convencional. A estrutura de um sitemap é padronizada para garantir que os buscadores a leiam corretamente.
Confira um exemplo da estrutura do sitemap.xml do nosso blog:
Uma dica indispensável é cadastrar seu site e seus sitemaps no Google Search Console. Essa ferramenta é fundamental para monitorar a indexação, o tráfego orgânico e a "saúde" geral do seu site aos olhos do Google, que é o principal motor de busca do mundo.
Confira também o vídeo completo sobre o assunto no nosso canal do Youtube
4. URLs Amigáveis
URLs bem estruturadas são um ativo valioso. Elas devem ser "amigáveis", ou seja, claras, contendo palavras-chave relevantes e fáceis de ler e compartilhar, em vez de códigos ou IDs numéricos.
Exemplo ruim: www.suaempresa.com.br/artigo?id=123
Exemplo bom: www.suaempresa.com.br/blog/fatores-tecnicos-para-sites
Ao migrar ou atualizar seu site, é crucial preservar a estrutura das URLs antigas. Se uma URL precisa ser alterada, a antiga deve redirecionar (via HTTP código 301) para a nova. A perda de URLs antigas resulta em erros HTTP 404 (página não encontrada), o que derruba drasticamente sua indexação e a experiência do usuário.
5. Metadados: O Cartão de visita do seu conteúdo
Os metadados são "etiquetas" de informação inseridas no cabeçalho () do código do seu site. Uma forma prática de visualização dessas tags é você ir em um site determinado, clicar com o botão direito do mouse em algum local da página, e ir na opção “Exibir código fonte”.
Embora invisíveis para o visitante na página, elas fornecem instruções e um resumo do seu conteúdo para os motores de busca. Duas são especialmente importantes:
Meta name="description" : Esta tag define a descrição que aparece logo abaixo do título da sua página nos resultados do Google. Pense nela como a sua chance de "vender o clique". Uma descrição bem escrita e persuasiva, que resume o valor do conteúdo daquela página, pode aumentar significativamente a taxa de cliques (CTR), mesmo que sua página não esteja na primeira posição. Se você não definir uma descrição, o Google criará uma automaticamente a partir do texto da página, o que raramente resulta em um resumo atrativo. Além disso, é importante não ter uma descrição genérica da sua empresa em todas as páginas. A descrição é daquela página, daquela URL, e não uma global para o site todo.
Open Graph (og:tags)
Utilizadas por redes sociais e aplicativos de mensagens como WhatsApp, Facebook e Instagram, as tags Open Graph (que começam com og:) são essenciais para controlar como seu conteúdo é apresentado quando alguém compartilha um link da sua página.
O ponto mais crítico aqui é a imagem de pré-visualização. Sem a tag og:image devidamente configurada, a plataforma tentará "adivinhar" qual imagem usar, muitas vezes puxando qualquer elemento visual da sua página, um ícone, uma foto de rodapé ou uma imagem aleatória. O resultado é uma prévia desalinhada e pouco profissional, que diminui a credibilidade e o interesse no clique, como no exemplo abaixo:
Por outro lado, ao definir um banner específico através da tag og:image, você garante uma apresentação coesa e atrativa, que representa corretamente o conteúdo e fortalece sua marca. A diferença é notável:
Além da imagem, as tags og:title e og:description permitem customizar o título e a descrição que acompanham a prévia, criando um "cartão de visita" digital completo e profissional para o seu link. Vale notar que o X (antigo Twitter) possui seu próprio padrão de tags, que também deve ser implementado para garantir a mesma consistência na plataforma.
6. Desempenho, velocidade e experiência do usuário
Um site bonito, porém lento, é um site ineficaz. O desempenho afeta diretamente a experiência do usuário e, consequentemente, seu ranqueamento. Se você seguir nossa recomendação de cadastrar seu website no Google Search Console, verá que ele traz diversos parâmetros de performance, que falaremos mais à frente neste tópico, que são fundamentais para a indexação do site e produzir uma boa experiência do seu usuário.
O tema não é muito simples, mas podemos dividir a performance em três pilares cruciais:
Entrega de arquivos estáticos: Utilize uma CDN (Content Delivery Network), como a da Cloudflare ou AWS, para servir arquivos estáticos (imagens, vídeos, CSS, JavaScript). Isso distribui seus arquivos em servidores ao redor do mundo, entregando-os a partir do local mais próximo do seu visitante. Evite referenciar scripts externos diretamente; traga-os para a sua estrutura para ter mais controle e velocidade, bem como diminuir a quantidade de resoluções de domínio do seu website.
Processamento e Hospedagem
A qualidade do código e do ambiente de hospedagem é o motor do seu site. É fundamental ter um código otimizado rodando em recursos computacionais de qualidade para garantir um processamento rápido. Soluções de "hospedagem ilimitada" de baixo custo frequentemente praticam o overselling de recursos, alocando um excesso de clientes em um único servidor, o que resulta em baixa performance para todos. Da mesma forma, sites em plataformas como WordPress, quando sobrecarregados com plugins de procedência duvidosa ou mal codificados, podem se tornar extremamente lentos.
Para empresas que buscam alta performance e disponibilidade, especialmente com um volume de tráfego maior, a solução é utilizar um balanceador de carga (load balance). Essa tecnologia permite distribuir as requisições dos visitantes entre múltiplos servidores, que podem estar em diferentes regiões geográficas para acelerar a entrega do conteúdo.
O principal benefício é a resiliência, se um dos servidores apresentar uma falha, o load balance o remove automaticamente do grupo e redireciona todo o tráfego para os servidores que continuam operando, garantindo que seu site permaneça online e funcional mesmo durante picos de acesso ou problemas técnicos.
Renderização e Métricas (Core Web Vitals)
O tempo que a página leva para se tornar visualmente estável e interativa é um dos fatores mais importantes para a experiência do usuário. Para medir isso, o Google utiliza um conjunto de métricas chamado Core Web Vitals, disponível no seu painel do Google Search Console que mencionamos anteriormente. Elas não são testes teóricos, mas sim medições baseadas na experiência real dos seus visitantes.
As três métricas principais são:
LCP (Largest Contentful Paint): Mede o tempo que o maior elemento visível da página (seja uma imagem, um vídeo ou um grande bloco de texto) leva para ser renderizado. Em termos simples, mede a velocidade de carregamento percebida pelo usuário. Um LCP baixo significa que seu site parece rápido.
INP (Interaction to Next Paint): Mede a velocidade com que seu site responde a uma interação do usuário, como um clique em um botão ou a abertura de um menu. Essa métrica avalia a interatividade e a fluidez da página. Um INP baixo indica que a página é ágil e responsiva aos comandos.
CLS (Cumulative Layout Shift): Mede a estabilidade visual da página. Essa métrica avalia se os elementos mudam de lugar inesperadamente enquanto a página carrega, o que pode fazer com que o usuário clique em um local errado. Um CLS baixo indica uma experiência de navegação estável e sem surpresas frustrantes.
É fundamental que os testes de desempenho observem essas métricas em diferentes cenários, incluindo computadores e celulares mais lentos, e em condições de internet adversas, como um visitante utilizando dados móveis (3G/4G) com sinal fraco. O Google prioriza sites que oferecem uma boa experiência para todos os usuários, não apenas para aqueles com as melhores condições de acesso.
7. Melhoria contínua do conteúdo
O seu conteúdo, se jamais mudar ou sua qualidade for auditada, vai saturar e perder eficiência ao longo do tempo, por isso é fundamental ter uma ferramenta para acompanhar o comportamento dos usuários no seu website, identificar pontos de melhorias e insatisfações. Qual conteúdo do seu website tem a pior performance? A maior taxa de saída do seu website? É normal?
Nossa recomendação é que você instale a ferramenta gratuita da Microsoft chamado Clarity, que permite visualizar e rastrear as ações dos usuários no seu website, acompanhar quais páginas e ações foram tomadas, como se fosse um vídeo do que o usuário fez. Ah, e não se preocupe que o Clarity já tem privacidade no escopo e conformidade com a LGPD, mas é importante coletar o consentimento do usuário para tal finalidade.
Dica bônus: Segurança como Barreira de Proteção Inteligente
Não diretamente ligada à indexação do website, mas muito importante é a segurança do seu website em tempos atuais que ataques cibernéticos em larga-escala estão se tornando cada vez mais comum. Nossa recomendação é que você deve utilizar ferramentas de segurança como um WAF (Web Application Firewall) que atua como um proxy reverso da Cloudflare. Isso significa que a Cloudflare intermedia a conexão, interrompe conexões maliciosas e “deixa passar” para seu servidor as conexões confiáveis. Ao utilizar um WAF, é vital criar regras que permitam a varredura dos motores de busca legítimos, para não bloquear seu site de ser indexado. Os IPs utilizados por Google, Bing e outros são públicos e devem ser colocados em uma "lista de permissões" (whitelist) para que seu firewall não os bloqueie por engano.
A Cloudflare, por exemplo, oferece presets de segurança que já identificam "bots do bem" e os liberam, enquanto protegem seu site contra ataques de negação de serviço (DDoS) e outras vulnerabilidades.
Da complexidade técnica à solução integrada
Em resumo, a construção de um site com real capacidade de atrair tráfego orgânico vai muito além de um design agradável. Exige uma base técnica sólida, que passa pela escolha e segurança do domínio (HTTPS), pela comunicação clara com os motores de busca através de sitemaps, pela estruturação de URLs amigáveis e metadados, e culmina em dois pilares inegociáveis: performance impecável e segurança robusta.
Gerenciar cada um desses detalhes de forma isolada é uma tarefa complexa, que demanda conhecimento técnico especializado e atenção contínua para se manter atualizada.
É exatamente para resolver este desafio que o Módulo CMS do Arquis foi projetado. Ele funciona como uma plataforma integrada que interconecta seu software de gestão diretamente ao seu website, tratando toda essa complexidade técnica como um padrão, não um opcional.
Nosso framework proprietário já implementa nativamente todos os fundamentos discutidos, desde a segurança com Cloudflare e balanceamento de carga até a otimização automática para os motores de busca. O resultado é simples: sua equipe foca na estratégia e no conteúdo que atraem clientes, enquanto a plataforma do Arquis garante a excelência técnica que sustenta o crescimento do seu negócio.
